Os poucos raios de sol iluminavam o quarto de manhã, entretanto o céu começara a escurecer. Analisa acabara de acordar, sentindo a respiração quente dele na sua nuca. Virou-se para o ver a ressonar levemente, o seu sorriso abriu-se. Parecia um sonho aquele momento. Levantou-se e cobriu o seu corpo somente com o seu blusão largo. Dirigiu-se á janela e abriu-a. Começara a chover. Sempre gostara do som da chuva, mas hoje não era o dia. Sentiu um arrepio.
Os sinos acordaram-no. Esfregou os olhos e bocejou preguiçosamente; sentou-se na cama e viu-a encostada á janela, com um olhar perdido. Levantou-se e vestiu-se rapidamente. Abraçou-a por detrás, dando-lhe um beijo na cabeça.
- É hoje – murmurou ele e apertou-a ainda mais.
- Eles vão pagar por isto – lágrimas marejaram nos olhos dela.
A chuva intensificou-se. Os guarda-chuvas protegiam as pessoas de preto, e a lágrimas misturavam-se com as gotas da chuva. O caixão de Mário foi coberto de terra e as pessoas foram-se embora. Mas a chuva ficou.
excerto de "Confronto do Enigma" da minha autoria.